A Peste: "Qualquer pessoa que pense em cinema, mais cedo ou mais tarde, sente aquilo que o João Lopes brilhantemente verbaliza assim:
Nunca vos aconteceu? A beleza de um filme fazer-vos desejar, não que se apresse a revelação do seu mistério interior, mas o contrário: que cada momento, cada imagem possa cristalizar no espaço da nossa visão, permanecendo ali como coisa imponderável, encantatória, que se basta a si própria. Não porque as imagens de um filme se devam medir por qualquer razão 'pictórica'; antes porque nelas podemos encontrar a metódica decomposição do mundo das ilusões e aparências, atingindo algo que, à falta de melhor, diremos que está algures muito fundo — nas águas e no coração."